Foram não sei quantos mil.
Mais que a 15 de Setembro?
Menos?
Essa matemática é irrelevante. Tal como o maior ou o menor silêncio.
É que há silêncios que são ensurdecedores.
O silêncio sofrido e doloroso dos mais de 930.000 desempregados.
O silêncio comovido e triste dos 200.000 novos emigrantes.
O silêncio frustrante de 40% da melhor geração deste país andar à deriva e sem perspectivas.
O silêncio envergonhado de quem conta cêntimos para comer ou comprar medicamentos menos caros.
Pior que tudo, o silêncio da ausência de qualquer Esperança, que é a última coisa que se pode roubar a um povo.
E, apesar de tudo, as centenas de milhares que encheram as praças e as ruas destes país, vieram gritar aos cegos, surdos e mudos que os desgovernam, que têm todo o direito a indignar-se e a voltar viver na Terra da Fraternidade
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