Numa altura em que, no âmbito da concertação social, tantos as centrais sindicais como as confederações patronais estão de acordo no aumento do salário mínimo nacional, como uma primeira medida de relançar o consumo interno, eis que aparece o "Homem Shoné", Engº. Belmiro de Azevedo, tonitruante, a afirmar que para haver emprego terão que existir baixos salários, entre outros dislates, como o Carnaval das manifestações nas quais os desempregados se passeiam (deveria referir-se às "oportunidades" geradas pelo desemprego, como diria o Coelho..).
Para este cavernícula, a produtividade e a motivação adquirem-se a pão e água e, já agora, à chicotada.
Num momento em que todos estão de acordo quanto ao facto de as exportações não poderem ser a única alavanca da economia, até porque a esmagadora maioria das pequenas e médias empresas (o núcleo duro do tecido produtivo) produz, também, e muito, para o mercado interno e, em consequência, haverá obrigatoriamente de dinamizar, e ressuscitar, tal mercado, eis que um dos ícones do empresariado vem dizer o contrário. O que levou o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, João Vieira Lopes a questionar se pessoas sem dinheiro iriam comprar nas mercearias do Sr. Belmiro.
Mas gente desta ainda não ouviu falar em aumento de produtividade e motivação através de acções proactivas de encorajamento, apoio, aumento de capacidades, motivação para o objectivo, aumento das capacidades de acção, consciencialização dos valores do indivíduo, do grupo, da empresa, controlo emocional, fixação de objectivos ambiciosos e tangíveis, etc. Aquilo a que poderíamos chamar de coaching executivo e coaching de performance. Estamos no século XXI, não no tempo da escravatura. Trabalhadores qualificados são trabalhadores bem remunerados, e vice-versa.
Se o Sr. Belmiro quer acções de coaching, peça, por favor de preferência, conselhos a um dos grandes especialistas de coaching, e uma das glórias do desporto português de todos os tempos: o Prof. Tomaz Morais. Talvez aprenda como devem ser a gestão e produção em empresas com visão de futuro, solidariedade e respeito pelos indivíduos.
Mas o desporto do Engº. Belmiro não será o rugby, onde os princípios da solidariedade e respeito (por si e pelos adversários) são eternos!
Fique-se pela pedra lascada...
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