Hoje, pelas 18 horas em Portugal, no Hollywood MGM Theatre, Los Angeles, Carlos do Carmo estará a receber o Grammy Latino de carreira.
Carreira rica, e que nos enriquece.
Mais do que ícones do fado, Carlos do Carmo e, claro, Amália Rodrigues, não se limitaram, o que já seria muito, a colocar Portugal no universo da canção.
Foram mais longe, Amália primeiro.
Tiveram a coragem, contra tradicionalismos decadentes e marialvas analfabetos, de trazer para o fado a grande Poesia portuguesa.
Desde os poetas do cancioneiro como João Roiz de Castelo Branco, ou Bernardim Ribeiro, a nomes como Luís de Camões (que desencadeou acesa polémica!), Guerra Junqueiro, José Régio, Pedro Homem de Mello, Alexandre O'Neill, David Mourão Ferreira, Couto Viana, Manuel Alegre, Vasco de Graça Moura, ou Ary dos Santos.
O Grammy de hoje é a consagração de uma forma de estar na Cultura portuguesa, de corpo inteiro, e de a divulgar.
E é um testemunho que, decerto com imenso orgulho, Carlos do Carmo transmite a uma admirável nova geração de cantadores, como Camané, Mariza, António Zambujo, Carminho, Pedro Moutinho, Ana Moura, Marco Rodrigues, Cristina Branco, Gisela João, Cuca Roseta ou Ana Lains.
E é um sinal, inequívoco, de que a Poesia se canta e que a Cultura abre fronteiras e é, ao contrário do que pensam certas "múmias", uma inesgotável mais-valia para o país.
Múmias mesquinhas que nem parabéns têm a coragem de balbuciar.
Múmias que Carlos do Carmo não se cansa de denunciar:
Mas as múmias esquecem-se na poeira dos tempos e nos rodapés da história, apodrecem, enquanto a música e a poesia são imortais.
Como, por exemplo, "Um Homem na Cidade", que dá nome a um dos grandes trabalhos de sempre da nossa música:
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