Amanhã, domingo de Páscoa, começa mais uma temporada desse "espectáculo" "tradicional" a que se chama tourada.
A partir de amanhã, passaremos a assistir a imagens como a de cima.
Em nome de quê, e para satisfazer quem?
96% dos portugueses não assistem a touradas.
95% dos telespectadores não presenciam touradas na TV.
O número de touradas em Portugal passou de 345 em 2003 para 240 em 2013.
Entre 2010 e 2013 a praça do Campo Pequeno perdeu 40.000 espectadores.
Marcas de referência como "Oliveira da Serra", "Heineken", Bosch, Minipreço ou Licor Beirão recusam-se a patrocinar touradas.
Morrem, por anos, 2.000 touros, consequência directa de tal "tradição"
Mas os catolicissimos Portugal e Espanha ainda fomentam esse "espectáculo".
Até no século XVI (mais exactamente 1567) ignoraram ostensivamente uma Bula papal, de Pio V, que proibia as corridas de touros.
O liberalismo e a República interditaram tais "espectáculos".
O absolutismo e o Estado Novo fomentaram-no, este recorrendo, inclusive ao cinema.
No dealbar do século XXI, quando até o Código Civil francês se prepara para classificar os animais não-humanos como seres dotados de sensibilidade, é altura, neste país de dizer, com todas as letras, e alto e bom som: BASTA de touradas!
Basta de torturar, com sádica crueldade, animais indefesos (e, por pudor, não se descrevem aqui, em pormenor, as torturas a que um animal é sujeito antes da corrida "à portuguesa", e depois desta - sugere-se consulta, no Facebook, ao site "Basta de Touradas" ).
Basta de alimentar os egos, e as carteiras, de meia dúzia de fidalgotes ou pseudo-fidalgotes arruinados, avinhados e pesporrentes, que não têm onde cair mortos. Mas matam inocentes!
Basta de demonstrar o mais completo desprezo pelos mais elementares direitos dos seres vivos e de insultar todos os avanços civilizacionais em nome de uma barbárie sem nome.
Basta de descarregar em seres indefesos todas as frustrações dessa gente.
E todos os complexos.
E todas as impotências, incluindo as sexuais.
É tempo, e hora, de dignificar os Animais, nossos irmãos, como diria Francisco, o Santo (e decerto, o Papa).
Dignificando, assim, o Homem
(sobre a influência nefasta das touradas junto das crianças, leia-se o excelente trabalho da Dra. Constança de Carvalho aqui )
E se quiserem touradas, fiquem-se com esta, muito mais digna, importante e certeira:
("Tourada", 1973 - música de Fernando Tordo, que canta, poema de José Carlos Ary dos Santos)
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