"The isles of Greece, the isles of Greece!
Where burning Sappho loved and sung.
Where grew the arts of war and peace, —
Where Delos rose, and Phoebus sprung!
Eternal summer gilds them yet,
But all, except their sun, is set.
Where burning Sappho loved and sung.
Where grew the arts of war and peace, —
Where Delos rose, and Phoebus sprung!
Eternal summer gilds them yet,
But all, except their sun, is set.
.........................................................."
(Poema "Don Juan"-1818/24- Canto III, estrofe 86, de Lord Byron)
No próximo domingo, o povo grego elege o novo Parlamento e, concomitantemente, o partido que irá governar nos próximos anos, sendo, neste momento, o Syriza, de esquerda, o principal favorito.
Estas eleições foram anunciadas em Dezembro.
Desde essa altura, a gloriosa Grécia, pátria da Democracia, da Cultura, farol de toda a nossa Civilização, foi vítima dos mais despudorados e nojentos ataques e chantagens por parte daquilo a que se convenciona chamar de União Europeia, de que União nada tem, e de Europa muito pouco.
O que está em jogo, no fundo, é o temor de que a vontade dos gregos venha a consagrar uma solução política que ponha em causa o actual statu quo ultra-liberal e austeritário, sob a batuta do diktat alemão, e com a cobardia e rendição dos partidos sociais-democratas e socialistas, e que obrigue a Europa a sentar-se, a pensar, a conjugar o verbo "reestruturar", a gerar ideias perigosas como, por exemplo, utilizar a palavra "Solidariedade", que faz parte da matriz fundadora da União, e hoje tão esquecida, ou atirada para o caixote do lixo.
Ainda agora, quando o BCE anuncia o seu plano de "quantitative easing", a Grécia é excluída do mesmo por sucessivos défices excessivos. Défices e dívida que resultam, como já muito boa gente percebeu, da transformação das dívidas privadas de bancos e especuladores institucionais em dívida pública suportada pelos países de economia mais fracas, empurrados, também, por uma moeda demasiado cara para as suas possibilidades. A célebre arquitectura do Euro...Euro do qual, sem vergonha na cara, querem expulsar a Grécia, como castigo e exemplo para outros (Olá Portugal, olá Espanha...).
O que a Europa, pelo menos esta Europa ocupada por Berlim, "exige" ao povo grego é que este tenha juízo e esteja quieto e calado e vote naqueles que baixam a cabeça e seguem a voz do dono. Já bem basta a "chatice" de ter de haver eleições...
E não falem, como já se escreveu, que a Grécia gerou a dívida porque se quis desenvolver e a Alemanha pagou a dívida porque se desenvolveu. Que se saiba, era ponto de honra da União ajudar os países mais vulneráveis a desenvolver-se e, por outro lado, a Alemanha não pagou dívida nenhuma (basta "Googlar" nos Acordos de Londres de 1953), como, até, obrigou a Europa a pagar os custos da reunificação, inventando uma moeda para tal.
Por todas as razões, principalmente pelo abalo que, forçosamente, provocará no actual marasmo europeu, a vitória do Syriza é mais do que bem vinda.
(Melina Mercouri - "Ta Paidia Tou Pirea")
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