E agora Europa?
Agora que um povo, soberano, corajoso, vertical, legitimado por mais de 2.000 anos de História, exerceu o seu direito de opinião e votou, 61%, na recusa da chantagem de burocratas que nunca foram eleitos.
Como a Comissão Europeia.
Como o Conselho Europeu.
Como o Eurogrupo.
Como o directório do FMI.
E agora, gente medíocre, sem visão, que estão, infelizmente para todos nós, à frente dos destinos daquilo que se chama "União" Europeia?
E agora, vão V.Exªs. ignorar o sentido de voto grego, continuar com as vias tortuosas, com a ausência de diálogo, com as políticas de terror, de asfixia económica e financeira, acolitados por pequenos deuses caseiros que mais não fazem que salivar e abanar a cauda à voz dos donos?
E, já agora, membros do grupo excursionista que dá pelo nome de Internacional "Socialista", vão continuar na senda da capitulação, da rendição, da renúncia aos ideais que deu origem à vossa matriz?
E, numa cegueira suicida, vai toda esta gente continuar a ignorar os princípios fundadores da Europa, entre os quais os de coesão e solidariedade?
No fundo, bem no fundo obrigado luminosa Pátria grega!
Talvez agora, talvez, o nome Europa possa vir a ter algum significado.
Para os povos da Europa, claro.
FOI NO MAR QUE APRENDI
Foi no mar que
aprendi o gosto da forma bela
Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da
vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma
Por isso nos
museus da Grécia antiga
Olhando estátuas frisos e colunas
Sempre me aclaro mais
leve e mais viva
E respiro melhor como na praia
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
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