Pode não ter o arrebatamento revolucionário (político e cinematográfico) de "Couraçado Potemkine".
Sequer a sátira e a poesia sensíveis de "A Quimera do Ouro".
Talvez não o épico, enorme, "E Tudo o Vento Levou".
Ou a desmontagem brilhante, crítica, demolidora, gigante, de "O Mundo a Seus Pés".
E não questione o Homem, as suas angústias, medos, desconhecidos, futuros, esperanças, de "2001, Odisseia no Espaço".
Ou não nos leve às memórias da juventude, do amor filial e paternal, do sonho desmedido, de "Big Fish"
Pois não.
Mas é, talvez, de certeza para quem escreve, o mais belo e amado de todos os filmes da história do cinema: "Casablanca".
Não percam a oportunidade de o ver agora, restaurado, em versão digital, numa sala de cinema (Lisboa- UCI El Corte Inglés) que é o local para onde as "fitas" foram concebidas.
Sem pipocas.
Mas sempre acompanhados.
Pode ser o princípio de uma bela amizade.
E teremos sempre Paris...E as expressões únicas de Bergman e Bogart, Eternos.
As time goes by...
(Segue-se um pequeno texto de análise, despretenciosa, a "Casablanca")
A João Bénard
da Costa, pelos filmes da sua (nossa) vida
A Lauro António, pelo pioneirismo da crítica de
filmes, frontal e pedagógica
E a Pedro Bandeira Freire, pelo amor às fitas, e
pelas tardes e noites inesquecíveis do QUARTETO
As time goes by,
Casablanca: 70º Aniversário
Ano de 1942.
A
II Guerra Mundial estava no auge da sua
fúria cega e destruidora. De um lado e do outro, das forças negras do Eixo e
dos exércitos da liberdade, registam-se avanços e recuos, mas é neste ano que a
balança começa, irreversivelmente, a pender para o campo da Esperança: às
ofensivas japoneses e alemãs, na Ásia e África, respondem os Aliados com a
paragem do avanço nipónico (batalha de Midway- 3/6 de Junho), Rommel é vergado
no Norte de África (El-Alamein, 23 de Outubro a 4 de Novembro), os aliados
desembarcam também no Norte de África (8 de Novembro) e, por fim, acontece o
xeque-mate do Exército Vermelho à Wehrmacht, em Estalinegrado (a partir de 23 de Novembro).
Nesse
ano, também, e sem dúvida impulsionadas pelo esforço de guerra, a ciência e a
tecnologia registam significativos avanços: instalação do primeiro cabo
telefónico subterrâneo “coast to coast” (E.Unidos), produção de hormonas para
crescimento de plantas (cadeia alimentar-E.Unidos), produção e utilização da
estreptomicina (E.Unidos), utilização do escafandro autónomo (França), etc.
No
domínio das artes, John Steinbeck
publica Noite sem Lua, onde
defende a eficácia da resistência passiva, Jackson Pollock realiza a sua
primeira exposição individual em Nova Iorque e, em Julho desse ano, os
dirigentes da indústria cinematográfica norte-americana passam a apresentar os
cidadãos de raça negra como parte integrante da sociedade americana e do
“esforço de guerra”, já que assim o exigia a dinâmica nacional, despertada pelo
ataque a Pearl Harbour ( 7/12/1941).
Perto de 4
meses após esta data, na cidadezinha de Flagstaff, no Arizona, começava a ser
rodado um filme produzido pela Warner Brothers, baseado na peça Everybody Goes to Rick, de Murray
Burnett e Joan Allison, e que seria intitulado CASABLANCA.
Pretendia-se
um filme sobre a guerra, hesitando os produtores entre uma ficção levemente
propagandística, e a pura propaganda do filme de acção, o que levou a que o
núcleo principal de argumentistas – Julius e Phlip Epstein, a que se juntaria
Howard Koch –, às tantas já não sabiam como acabar a história, nem os actores,
por vezes, percebiam o que andavam por ali a fazer. Como o produto final seria
bem diferente!
Conta-se que o
produtor Hal B. Wallis terá convidado o prestigiado William Wyler para
realizador, o que este declinou, tendo, então sido escolhido Michael Curtiz,
conhecido por ter dirigido filmes de aventuras com o controverso Errol Flynn: Capitão
Blood, 1935, A Carga da Brigada
Ligeira, 1936, As aventuras de Robin
dos Bosques, 1938, e O Gavião dos
Mares, 1940.
Tal como William
Wyler, também os candidatos a actores principais, George Raft (para “Rick
Blaine”) e Hedy Lamarr (para “Ilse Lund”), recusaram o convite.
É nesta altura
que surge o mito de que um rapaz desenvolto, de seu nome Ronald Reagan, teria
sido a escolha para o papel principal masculino, o do Rick Blaine, proprietário
do “Rick’s Café”. Nada mais falso, uma vez que, na mente do produtor Hal
Wallis, e desde que a aventura do filme CASABLANCA
começou a ser concebida, lá para os finais de 1941, havia apenas um nome:
Humphrey Bogart, tudo o resto não passaria, talvez, de uma manobra de marketing
de Reagan[i].
Humphrey
Bogart que, neste filme, terá um dos papéis da sua vida,
actor-personagem-fetiche, após tantos anos, ainda aparece como alter ego de Woody Allen em Play it again, Sam, baseado na peça do
mesmo nome da autoria de Allen, dirigido por Herbert Ross (1972), intitulado em Portugal como O Grande Conquistador, e no qual Woody
Allen interpreta, durante alguns minutos, uma inesquecível personificação de Bogart.
E embora os Cahiers du Cinéma não morram de amores
por Casablanca, o certo é que um dos
seus ícones, Jean Luc Godard, utiliza a personagem-actor Bogart (Rick?, ou
seria Sam Spade?) como inspiração para o pequeno escroque parisiense que Jean-Paul
Belmondo interpreta em A Bout de Souffle
(O Acossado, 1959).
Fechado esta
parêntisis sobre o equívoco Ronald Reagan, refira-se ainda que a produção
musical foi confiada a Max Steiner, que, mais não fosse, estava consagrado pelo
chamado “Tema de Tara” de E Tudo o Vento
Levou (M.G.M., 1939).
Steiner soube
combinar a fragância da música norte africana (vd. os primeiros acordes do
filme, misturados com a “Marselhesa”), a canção francesa ( os medley “Paris Montage” – Perfidia- e “A
la Belle Aurore”, na qual, para além do eterno “As Time Goes By”, de que
falaremos adiante, se misturam acordes
marciais prussianos com o som de botas maquisardes-tipo Chant des Partisans, ou
“Parle-moi d’amour”, de Jean Lenoir – quando Victor e Ilse entram no Rick’s
Café), a música americana, com sabor a Gershwin ou a drama romântico (“Knock on the Wood”, “The very thought of
you”, “It had to be you”- ouçam a versão de Sinatra, disco “Trilogy”, Reprise, 1979, ou ” Love for
Sale” de Cole Porter – cantada por nomes de prestígio, de Ella Fitzgerald a Jon
Bon Jovi ), bem como a música de fundo na despedida, no aeroporto, sempre o “As
time….(com, em primeiro plano, a
fabulosa frase “Here’s looking at you kid”).
Steiner também
queria uma música para os dois (ou três?) amantes de Paris. Sugeriram-lhe um
tema. De início recusou, por fim, aquiesceu, do género “ponham lá isso!”. Chama-se “As time Goes By”, escrito em 1931
por Herman Hupfeld, e Casablanca
tornou esta belissima melodia num tema universal, classificada pelo American
Film Institute como a 2ª. Melhor música de filmes, apenas ultrapassado pelo
inesquecível “Over the Rainbow” de O
Feiticeiro de Oz (M.G.M., 1939), e cantada por dezenas de vozes consagradas
(pessoalmente, recomendamos a versão do melhor cantor de todos os tempos:
Frank Sinatra – disco “Point of no Return”, 1962, Capitol).
A título de
curiosidade, refira-se que o livro de memórias do antigo publicista de The
Beatles, Derek Taylor, se intitulou As
Time Goes By: Living in the Sixties (Rock and Roll Remembrances Series No. 3 (Popular
Cultures Ink, E.U.A., 1990)
Aos nomes
atrás enunciados, é de justiça juntar a doce Ingrid Bergman (Ilse Lund Laszlo),
Claude Rains (capitão Renault), Paul Heinreid (Victor Lazlo), Conrad Veidt
(Major Strasser), Peter Lorre (Ugarte) e muitos outros.
E
o que vem a ser Casablanca?
O
início do filme informa-nos que muitos exilados da Europa Continental,
principalmente opositores políticos, fugiam através de Marselha para Orão, na
Argélia e, daí, para o Marrocos francês (sob o “governo” de Vichy), demandando
Casablanca de onde partiam aviões para Lisboa, e da qual seria fácil chegar aos
Estados Unidos, à Terra Prometida.
Para
tal, era necessário obter “cartas de trânsito”, ou através do local comandante
da Polícia (capitão Renault-Claude Rains), sob o olhar inquisidor da
“autoridade” alemã (major Strasser-Conrad Veidt), ou pagando altos preços no
mercado negro, a pequenos
contrabandistas (Ugarte-Peter Lorre). E onde era o ponto de encontro de
toda esta fauna humana: No Rick’s Café Américan, cujo gerente era um americano
de cujo passado nada ou pouco se sabia – Rick Blaine – Humphrey Bogart.
“O
café do Rick é um círculo mágico onde tudo pode acontecer e acontece: o amor, a
morte, a perseguição, a espionagem, jogos de sorte, sedução, música,
patriotismo”[ii].
O
café torna-se, assim, a placa giratória onde acontecem o romance, o sacrifício,
o altruísmo, a nobreza, o amor, de três pessoas (e não A TRÊS), rodeados por inesquecíveis
personagens que, de secundárias, só têm o nome, e que dão corpo a um dos
momentos mais altos da história do cinema.
É
a esse café que, um dia aportam Victor Lazlo (Paul Heinred), um dos chefes da
resistência europeia, fugido de um campo de concentração, acompanhado de sua
mulher Ilse (Ingrid Bergman), que se virá a descobrir ter sido antiga amante de
Rick em Paris, até que a ocupação nazi os separou. Victor pretendia, acima de
tudo, fugir para Lisboa para reorganizar a sua actividade, pelo que necessitava
das tais “cartas de trânsito”. No meio de todas as conversas, Ilse reconhece o
pianista e sócio de Rick, Sam de seu nome (Dooley Wilson), e pede-lhe para
tocar “As Time Goes By” ( é verdade, a frase “Play it again, Sam” nunca
existiu).
De
toda esta trama construiu-se um filme único! Filme de Guerra? Filme Policial?
Filme Romântico? Triângulo Amoroso? Filme de Clichés? Um pouco de tudo, e um pouco de nada.
Para já, e se
conseguissemos olhar neutralmente para a
película a preto e branco (e não a cores, como já o tentaram fazer,
desvirtuando-o), e para os parcos cenários, seremos tentados a dizer, como de
início o fez Umberto Eco na sua análise, : “… do ponto de vista estético (ou
por quaisquer padrões puramente críticos), Casablanca é um filme muito
medíocre.”[iii].
Mas, tal como
Eco depois o desmonta, temos de escavar debaixo da fachada e ir ao cerne da
questão.
CASABLANCA é um filme de guerra, de
facto, porque o palco é a situação criada pela II Guerra Mundial, então a
decorrer, mas é também um filme, diríamos, o mais belo filme romântico da
história do cinema. Um romantismo que aproveita a guerra para a exorcisar e
para se elevar acima e por causa dela. Tal como os românticos imaginavam
Camelot e a corte do Rei Artur. A
Pureza, o Sacrifício, o Amor sublimado pela Renúncia.
E é,
definitivamente, um filme político, na mais nobre acepção do termo.
No início da
acção, perante a multidão que enche o seu café, Rick, em conversa, afirma “I
stick my neck out for no one”. Ou seja, Rick aparece como um neutral e cínico
comerciante, que não se importa com quem ou como lhe pagam, aparentemente sem
coração e sentimentos.
Puro engano. O
capitão Renault lembrar-lhe-á que, em 1936, vendia armas aos etíopes, em luta
contra a invasão italiana e, em 1938, lutava ao lado dos republicanos contra os
franquistas. Rick ainda dirá que foi muito bem pago, ao que Renault conclui,
acertadamente, que os vencedores pagariam muito mais. Isto é, quando Rick chega
a Casablanca, já tinha um passado político bem marcado, e sempre do lado da
liberdade contra os ditadores. Não é por acaso que a sua lua de mel com Ilse (
e poderia ser noutra cidade, que não Paris, neste filme romântico?),
acontecimento transversal ao filme, tem lugar na capital francesa, já que fora
para França que fugiram muitos dos resistentes a Franco.
E é com este
homem, que comprara a um pobre larápio (Ugarte) as “cartas de trânsito”, que
têm de conversar Victor e Ilse, sob a vigilância de Renault e Strasser.
A simples
presença de Ilse (de que a cena de “As Time Goes By” é apenas um sintoma) abre
feridas em Rick o que, num fime medíocre, o faria retaliar, por ciúmes, junto de Victor. Nada disso, a
única retaliação é junto de uma garrafa de Bourbon: “ Of all the gin joints
in all the towns in all the world, she walks into mine” . A dúvida
implícita que nos fica, porque se fosse explícita todo o espírito do filme
seria traído, é a de um possível reencontro amoroso entre Rick e Ilse.
A partir
daqui, o crescendo romântico e encadeado (“Os clichés são o que está a dar” ,
Eco[iv])
é vertiginoso. Os chamados clichés vão-se encaixando como num puzzle, com
timing exacto para entrarem. Não por acaso, Claude Chabrol, outra figura de
proa da nouvelle vague e dos Cahiers du Cinéma, dirá, acertadamente :
“Descobri o segredo do sucesso da realização de filmes: timing”.
Victor tenta
obter, e pagar, as “cartas”. Rick
faz-se artificialmente caro, mas, Victor, acertadamente, confronta-o : “You
know how you sound, Mr. Blaine? Like a man who´s trying to convince himself of
something he doesn’t believe in his heart”.
É o mesmo Victor que, numa conversa,
agora sobre Ilse, dirá a RicK : “Apparently you think of me only as the leader
of a cause, Well, I’m also a human being. Yes, I love her that much”.
Não há, nem
houve, qualquer triângulo amoroso. Como, nos dois minutos mais belos do cinema,
Rick dirá a Ilse : “We’ll always have Paris”. O triângulo é outro, é Victor,
Rei Artur de Camelot, Ilse /Guinevere, Rick/Lancelot (ou alter ego de
Victor/Artur ?), e a demanda do Santo Graal /A Vitória, ferindo o inimigo com a
espada Excalibur / A Resistência. Não será por acaso que após o último diálogo,
Victor e Rick ouvem os oficiais nazis em altos berros a entoar “Die Wacht am
Rhein”. Victor pede à orquestra que toque “A Marselhesa”. A orquestra aguarda a ordem de Rick. Este
acena que sim, e o hino revolucionário de 1789, da Liberdade, Igualdade,
Fraternidade abafa completamente a soberba teutónica. É o Rick político, inexoravelmente,
e mais uma vez. Sacrificando-se, e ao Café (que será fechado pelos nazis), por
lealdade para com Victor e a sua demanda, e por amor a Ilse, que sabe não ter
oportunidade de reaver.
A título de
curiosidade, refira-se que a emoção e as lágrimas provocadas por “A
Marselhesa”, visíveis na cena, são genuínas, já que a maior parte dos
figurantes eram refugiados europeus fugidos à ocupação nazi.
E é assim,
que, nas cenas finais, assistimos ao fabuloso diálogo, rostos em primeiro
plano, olhos nos olhos (“Here’s looking at you kid”), entre Rick e Ilse, quando
esta, numa última tentativa o tenta convencer a acompanhá-la (existem só 2
“cartas”…para Mr. e Mrs. Victor Lazlo, dirá Rick). Rick, sacrifica-se, amando e por tal renunciando à mulher
desejada, lembrando-lhe a imperiosa necessidade de acompanhar Victor na sua
missão, ou demanda: “… Ilsa,
I’m no good at being noble, but it doesn’t take much to see that the problems
of three little people don’t amount to a hill of beans in this crazy world. Someday
you’ll understand that”.
O diálogo
atrás referido, e o final do filme, em que Strasser ainda tenta prender ou
aniquilar Rick e os Lazlo, e acaba morto às mãos de Renault (“Prendam os
suspeitos do costume”), revela o futuro, Renault e Rick vâo-se juntar à
resistência, ou, pelo menos, apoiá-la, e a água de “Vichy”[v]
acaba no caixote do lixo, num gesto que significa a catarse de Renault,
finalmente expurgado das cadeias do comando e da propaganda impostas pelo
ocupante. E Rick, pelo sacrifício, é o outro lado do espelho de Victor,
Lancelot transfigurado em Artur.
E todas estas emoções e acções se desenrolam
perante nós, em apenas 102 minutos. No final, talvez não consigamos ler as
legendas, já que algo nos turva a vista…
“É muito
filme, uma antologia.”[vi]
“Se isto não
for o cinema, é porque o cinema não existe. Nem eu, nem tu. Nem
nenhum de nós”. [vii]
Casablanca foi lançado oficialmente, nos
Estados Unidos a 26/11/1942, mas com pouco êxito. Somente depois da conferência
entre Churchill e Roosevelt, em 1943, precisamente em Casablanca, o interesse
pela película sobe exponencialmente, e é reexibido com sucesso.
Em 1944
conquista três Óscares: Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Argumento
Original. Espantosamente, Bogart não ganhou o prémio de melhor actor (vingar-se-ia,
anos mais tarde, e esplendorosamente, com A
Rainha Africana , de John Huston, e ao lado de Katherine Hepburn).
Em Portugal, e
“compreensivelmente”, só é estreado após o fim da II Guerra, no cinema Politeama, a 17/05/1945. Consta que a
cena de “A Marselhesa” foi aplaudida de pé durante minutos.
Escusado será
dizer que circularam e circulam diversas histórias sobre possíveis remakes
deste filme, desde intenções de Madonna (!), que situaria o cenário no Iraque
(!!) ao cinema indiano de “Bolywood”, passando pela inefável Paris Hilton. A
título de curiosidade, refira-se que uma “coisa” chamada “Barb Wire” (em
português “Bela e Perigosa”), de 1996, dirigida por David Hogan, com Pamela
Anderson, que interpreta a proprietária de um night club na única cidade livre
(Steel Harbour) de um país, dirigido, no século XXI, por métodos autoritários,
tenta passar como inspirada em Casablanca
.
O que vale é que o crime não compensa! Perdão,
e abra-se aqui um parêntesis, às vezes compensa e até ganha estatuetas. São uns
“artistas”… não é verdade, Gene Kelly, Martin Scorcese?
Mas voltemos
àquele que, na nossa modesta opinião, consideramos o mais belo e emotivo filme da
história do cinema, socorrendo-nos das sempre sábias palavras do saudoso João
Bénard da Costa:
“Quem o vir
impassível, ou já perdeu a alma, ou já perdeu o coração, ou já perdeu um e
outro. É ser humano de companhia a evitar cuidadosamente”[viii].
Só nos resta
recomendar, pedir, que vejam, ou revejam, “Casablanca”.
De mãos dadas,
de preferência. Pode ser o princípio de uma bela amizade...
Até porque “… the world will always
welcome lovers / as time goes by”.
[i] “Casablanca Behind the
Scenes”, Lebo, Harlan, Simons & Schuster, New York, 1992 e “Round Up the
Usual Suspects”, Harmetz, Aljean, Hyperion, New York, 1992, coligido por
Barbara e David P. Mikkelson, Urban
Legends Reference Pages, 1995/2012
[ii] “Casablanca, or, The Clichés
are Having a Ball”, Eco, Umberto, in
Signs of Life in the U.S.A.: Readings on Popular Culture for Writers,
edição de Sonia Maasik e Jack Solomon, Bedford Books, Boston 1994, pgs. 260-264
– tradução de Filomena Diogo
[iii] Idem, ibidem
[iv] Id., Ib.
[v] Por
Vichy, designamos o governo fantoche instalado pelos nazis após a invasão da
França. Os alemães ocuparam o Norte da França, e o sul foi “governado” por esse
governo francês colaboracionista –
prendia e executava opositores, deportava prisioneiros para os campos de
concentração. A 11/11/1942 os alemães ocuparam toda a França e acabou a
fantochada.
[vi] “Casablanca, or, The Clichés are
Having a Ball”, Eco, Umberto, in Signs of
Life in the U.S.A.: Readings on Popular Culture for Writers, edição de
Sonia Maasik e Jack Solomon, Bedford Books, Boston 1994, pgs. 260-264 –
tradução de Filomena Diogo
[vii] Os Filmes da Minha Vida; Os Meus Filmes da
Vida- 1º. Volume, da Costa, João Bénard, Assírio & Alvim, 2ª. Edição,
2003
[viii] Os Filmes da Minha Vida; Os Meus Filmes da
Vida- 1º. Volume, da Costa, João Bénard, Assírio & Alvim, 2ª. Edição,
2003
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